domingo, 14 de outubro de 2012

500 Milhas de Brands Hatch - BOAC International 500 - 1968 (44 anos mais tarde)

Há muitas formas de redigir uma notícia, fazer uma reportagem ou escrever um livro. Está é para mim a matriz do relato de competição, a minha maneira de ler a história de uma corrida de automóveis. 
Foi escrita pelo jornalista Michel Hubin, no final de 1968 numa resenha desportiva da época destinada a aficionados do  desporto automóvel e que foi publicada na coleção Marabout Service, textualmente, Editions Gerard et Cº, Verviers, Belgique.



" Brands Hatch, 7 de abril (1968)

Uma decalcomania com alguns centímetros quadrados colada no capot de um automóvel passando a 250 ou 300 Km/h diante do público não era sem dúvida suficiente para a glória da companhia de aviação britânica B.O.A.C., por isso criou a sua prova à qual deu o seu nome. Foi no ano passado (1967) que se disputou pela primeira vez a BOAC International 500 da qual Chaparral, Phil Hill e Michael Spence saíram vencedores. 
Contrariamente ao que a designação sugere, a prova não é disputada numa distância de 500 milhas (804 quilómetros) mas numa duração de 6 horas. 
A pista de Brands Hatch, de novo escolhida para mais esta edição da 500 milhas, foi por vezes designada por "pequeno Nurburgring" devido às suas lombas, curvas apertadas e lentidão. Pode fazer-se uma ideia da dureza do percurso se se souber que o Chaparral 7 litros venceu a prova de 1967 à modesta média horária de 149 Km/h. 
Aqui, como no Nurburgring, nenhuma curva é plana e as reviravoltas contínuas fazem com que seja difícil passar por todo o lado no limite de aderência. Dito isso, o circuito tem uma extensão de apenas 4,260 Km contra 22 Km do seu modelo alemão e, outra importante diferença, o seu piso é de excelente qualidade. 
Esta pista artificial está encaixada numa paisagem campestre típica da Inglaterra - vales, pradarias, bosques e coutadas - a uma vintena de quilómetros ao sul de Londres, perto de Farningham. Primitivamente desenhada com a forma de um feijão, desenvolve atualmente 4,260 Km de diversas bossas, curvinhas e contracurvas. À linha reta das tribunas - em curva - sucede uma curva em ângulo reto à direita em descida brutal, Paddock, uma brusca subida e um gancho, Druids; nova descida e angulo reto arredondado à esquerda, Bottom Bend, conduzindo paralelamente por trás das boxes. Esta secção é seguida por uma longa esquerda em subida ligeira abrindo sobre a reta mais longa, em descida também. A pista vira à direita e em subida; ainda à direita e em descida; seguem-se duas curvas mais abertas, a primeira em subida termina em plano e a segunda em descida, Stirling. Acede-se então à curva mais longa do circuito, curva em descida ligeira e de raio variável que conduz à reta das tribunas, Clearways. O recorde para protótipos deste tortuoso circuito pertence a Denny Hulme que, em Lola Chevrolet, cobriu uma volta em 1mn 38,2 s à media de 159,170 Km/h.

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